quinta-feira, 9 de março de 2017

[Leitura] A Ilha Misteriosa - Jules Verne

Acabei de terminar de ler o romance "A ilha misteriosa", o meu primeiro do Jules Verne. O livro é de 1875, edição da série Clássicos da Zahar, com um acabamento muito bonito, capa dura, páginas amareladas, ilustrações de Jules Férat (da primeira edição), glossário de termos náuticos e um histórico abrangente da vida do autor, totalizando 556 páginas.

Capa da edição da Zahar




A história tem início em 1865, em plena guerra da Secessão nos Estados Unidos. Os cinco personagens pertencem ao lado nortista da guerra e são mantidos prisioneiros em Richmond, cidade sulista: Cyrus Smith (engenheiro), Nab (criado de Cyrus Smith, que após a alforria não quis se separar do patrão), Gideon Spillet (um repórter), Pencroff (um marujo), Harbert (um jovem naturalista) e o cachorro do engenheiro, Top. Após fugirem em um balão, são pegos por uma tempestade e arrastados por uma ventania até naufragarem em um ilha isolada em hemisfério, oceano e local desconhecido. Jules Verne narra os meios articulados pelos "colonos" - como acabam se auto-reconhecendo - para persistir nesta nova morada selvagem.

Capa da primeira edição


O autor mostra como necessidades básicas de abrigo, comida, água, etc. são contornadas através dos conhecimentos dos náufragos, orientados em comum acordo pelo espírito prático do engenheiro. No decorrer do livro, o conhecimento de história natural de Jules Verne é esbanjado ao apresentar utilidades, funções, propriedades de diversas facetas da natureza, na época dividida em apenas três reinos: Animalia, Plantae e Mineral. Pequenas aulas de geologia, alquimia, astronomia, culinária, medicina, zoologia, botânica, ecologia, química, física - para citar algumas- são ministradas pelo autor ao narrar as aventuras dos náufragos. Enquanto isso, ao longo do livro, pequenas intervenções de um personagem misterioso acabam sempre por interferir no destino dos novos moradores da ilha. Este é o mistério, referido no título do livro. Achei o livro excelente, me fez refletir sobre como o conhecimento geral de história natural de um romancista no século 19 é amplo comparado com agora. É claro, em contrapartida, o livro manifesta também um teor religioso, patriótico e progressista do autor, talvez explicado pelo momento passado na época, pós revolução industrial e período de guerras civis.

Minha única reclamação quanto ao livro é em relação à um spoiler que considerei extremamente broxante. Explico: ao longo do livro, diversas notas de rodapé do do tradutor apontam inconsistências de datas, afirmações, etc. cometidas pelo Jules Verne. Só que, em determinado momento, o mistério da ilha é escancarado em uma destas notas, numa tentativa de apontar uma inconsistência irrelevante do autor. Especificamente falando, na página 412, nota 112. Esse spoiler (que considero grandioso), me deixou chateado, pois esperava encontrar a resposta ao longo da narrativa natural do livro (não + de 100 páginas antes). Uma revisão para uma nova edição quanto a essa nota cairia muito bem, embora isso não comprometa a qualidade do livro.

terça-feira, 7 de junho de 2016

Primeira faixa: Dor nas costas e café com leite na madrugada.

2:26 D.M. (depois da meia-noite)

Primeira postagem desse blog - que foi idealizado para ser um análogo de uma coletânea de faixas de um cd. Pois bem: Coletânea Um. Já tive um blog a tempos atrás no qual postava músicas, textos lamuriosos, links para download, etc. Parei, por preguiça, mas estava com saudades de escrever...

Não vou fazer planos extensos porque odeio compromissos, então vou ver isso como um hobby, que provavelmente não terei saco para lidar em muitos dias, mas que também vai servir como exercício de coragem em outros.

Postarei coisas sobre cultura em geral (música, livros, arte sequencial, etc.), ciência (coisas sobre o que trabalho, ecologia de escaravelhos), política, filosofia, etc.

Começando com um sonzinho:

Luiz Floriano Bonfá no Perry Como Show em 1963...